quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Mapa-cor-de-rosa - Versão Século XXI

Há séculos que Portugal vive uma relação de estreita amizade e cooperação com o Reino Unido.
Ponto fundamental no estreitamento dessa relação foi a celebração do Tratado de Methuen, de 1703, no qual Portugal comprometia-se a consumir os tecidos da Inglaterra e os ingleses a consumir os vinhos de Portugal.
Como se sabe, este Tratado fez com que Portugal não fizesse investimento industrial, deixando o país fora da marcha do desenvolvimento, com consequências ainda hoje presentes.
A estagnação do desenvolvimento Português, deixou o país numa situação de fragilidade, vendo-se obrigado a, inúmeras vezes na história, recorrer ao "Poder Paternal" Britânico, que lá ia enviando forças militares de apoio (que aproveitavam para pilhar o que de valor encontravam, carregando para a Grã-Bretanha tesouros nacionais portugueses, onde ainda hoje se mantêm), partilhando o governo das Colónias (em troca da abertura de carreiras comerciais directas com a Grã-Bretanha), ou ficando com uma parte das colónias para que Portugal não tivesse mais despesas e preocupações com aquelas terras férteis e ricas em minérios (ver Mapa Cor-de-Rosa Séc. XIX).
Com a implantação da República e a emancipação de outras potências na ordem mundial, as relações com a Grã-Bretanha subiram um pouco de nível e Portugal, aparentemente, deixou de ser visto como o parente pobre, para passar a ser um membro da família, principalmente depois da entrada de Portugal na CEE.
No entanto, em pleno Século XXI, parece ter-se dado um renascer das cinzas do "Poder Paternal" Britânico e da sujeição de Portugal às suas indicações.
A pressão dos Britânicos relativamente à investigação do caso Madeleine McCann, que queriam no jogo um resultado diferente do que estavam a ter, terá sido, na opinião do próprio Gonçalo Amaral expressa em livro, uma das razões fundamentais para o seu afastamento.
A fls.: 216 do seu livro, Gonçalo Amaral relata que "O primeiro-ministro britânico teria telefonado ao Prior Stuart, responsável da polícia de Leicestershire, perguntando-lhe se confirmava a demissão do coordenador operacional da investigação."
Parece que a Dr.ª Manuela Ferreira Leite tem razão quando fala em promiscuidade entre o poder político e o poder judicial. Posso, até, concluir pelas suas palavras que tem pleno conhecimento de facto relativamente a essa promiscuidade... Mas, ao contrário do que as suas palavras poderiam dar a entender, ela não parte do Poder Judicial para o Poder Político, mas sim do Poder Político para o Poder Judicial.
No meio disto estão os que não se promiscuem e são penalizados por isso.
Analisado o veto ao nome de Gonçalo Amaral a candidato a Presidente da Câmara Municipal de Olhão por parte da liderança nacional do PSD, à luz dos acontecimentos históricos dos últimos séculos no relacionamento entre Portugal e a Grã-Bretanha, não consigo tirar outra conclusão que não a de estar perante um novo Ultimato Britânico, a que o PSD/Nacional cedeu sem contestar, num total desprezo pelas posições assumidas pela estrutura Distrital do Partido e pelos seus militantes, numa nova versão do Mapa-cor-de-rosa.

2 comentários:

  1. Uma caricatudara da actualidade muito interessante! Afinal dificilmente se encontra uma explicação coerente para as atitudes de Manuela Ferreira Leite! Continua com o bom trabalho que tens feito neste blogue!

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  2. lol eu a te curto historia mas tiro nega

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