Todos sabem que Portimão é uma cidade sem património histórico que sirva, por si só, de fonte de atracção turistica.
Também é evidente que o turismo do presente deixou, há muito, de ter a sua base no Sol, Areia Fina e Mar. Actualmente, fazer turismo é descansar e bronzear, mas, principalmente, ver algo de novo, seja uma arquitectura, uma paisagem, uma obra de arte, um espectáculo, um desporto, ou uma simples festa.
E é aqui, na percepção das alterações que o sector turístico conheceu nos últimos anos, que reside a diferença entre manter uma posição de destino turístico ou falir.
Na minha opinião, a partir do Executivo liderado pelo Engº Nuno Mergulhão, quem tem em mãos os destinos da cidade tem sabido (com os erros próprios de quem tem a faculdade de decidir) fazer adaptar a oferta turística às exigências dos turistas actuais.
Pergunta-se. Poderia a cidade de Portimão seguir um caminho diferente do que tem seguido?
Certamente que sim, mas com custos elevadíssimos. Vejamos:
Poderia a cidade de Portimão manter-se como um destino turístico competitivo apenas pela qualidade das suas praias?
Certamente que não. A Andaluzia conheceu um desenvolvimento notável do turísmo de praia, praticando preços mais económicos, tendo melhores acessos e parques de estacionamento, areais enormes e a água mais quente e calma. Também na própria região algarvia a competitividade é grande, com o desenvolvimento turistico de localidades como Albufeira, Lagos, Quarteira/Vila Moura e praias do Sotavento.
Poderia a cidade de Portimão manter-se como um destino turístico competitivo apenas pela paisagem que oferece?
A realidade é que a cidade pouca beleza paisagistica tem. As falésias há muito que estão em derrocada e os espaços verdes são poucos no centro urbano.
Poderia a cidade de Portimão manter-se como um destino turístico competitivo apenas pelo seu património arquitectónico?
Sendo uma cidade nova, sem história, não dispõe Portimão de uma arquitectura que sirva de atracção. Além do mais, o centro da cidade está degradado, não sendo por isso atractivo ao turismo.
O que pode a cidade, então, fazer para se tornar competitiva em termos turisticos?
Basicamente, aquilo que tem feito...
Nos últimos anos a cidade surgiu como o centro desportivo do Algarve, colocando a cidade no mapa das competições desportivas. Importa recordar algumas das que se realizaram:
Taça da Liga de Andebol/Portimão 09
Rallye Casinos do Algarve
Campeonato do Mundo de Superbike 2008
Portimão Global Ocean Race
Campeonato Internacional de Pesca Grossa de Portimão
Subida Internacional do Rio Arade em Canoagem
Campeonato do Mundo Powerboat P1
Circuito Audi MedCup
Concurso de Saltos Internacional Portimão
Campeonato Internacional de BMX Fieldcontrol
Pax Rali Lisboa – Portimão 2008
Torneio de Voleibol de Praia João José
Portimão Formula Windsurfing World Championships
Mundialito de Futebol de Praia
Volta a Portugal em Bicicleta
Kite Masters – Portimão World Tour
Campeonato Internacional de Saltos - Portugal Equestrian Tour
Passeio de Canoagem Portimão/Lagoa
Grande Prémio de Portugal /Algarve F1 Motonáutica
Portimão Air Festival
Taça do Mundo FIG de Ginástica Rítmica de Portimão
XXII Torneio Internacional de Portimão
Festival de Dança Contemporânea
Campeonato Regional e Endurance Internacional de Jet Ski e Motas de Água
Passeio Cicloturismo Lagoa-Portimão
Taça de Portugal de Paraquedismo – Saltos em VF 4
Volta ao Algarve em Bicicleta
SkySurf Pro Tour
Etapa do Lisboa/Dakar
Com a inauguração do Autódromo no passado mês de Novembro, surgiu um novo centro de interesse despostivo na cidade, que certamente atrairá muitos milhares de visitantes ao longo do ano. Falta a concretização do Complexo Desportivo, para que a cidade se torne, de facto e de direito, a melhor cidade desportiva do país, com possibilidade de realização de todas as actividades desportivas de Verão (Golfe, Ténis, Natação, Ciclismo, Atletismo, Ginástica Rítmica, Futebol, Basquetebol, Andebol, Futebol de Praia, Voleibol de Praia, Patinagem, Esqui Aquático, Remo, Regata, Motonáutica, Pesca, Pesca Grossa, Surf, Equitação, Paraquedismo, Desportos Radicais, Rali, Fórmula 1 e todo o tipo de desportos motorizados). Que outra cidade do país poderá fazer o mesmo?
Outra aposta decisiva para o desenvolvimento da cidade tem sido a cultura.
Depois do Auditório Municipal, o Arena, o Museu Municipal e o TEMPO vieram dotar a cidade dos equipamentos necessários à realização de grandes eventos culturais.
Importa, aqui, realçar a abertura da Igreja do Colégio ao público e o seu aproveitamento para a realização de espectáculos musicais e, noutra vertente, a abertura da Quinta Pedagógica.
Recordemos algumas iniciativas culturais do último ano em Portimão:
Revista de Carnaval do Boa Esperança
Ciclo de Sons
Concertos pela Orquestra do Norte
Março Jovem
Exposições Algarve Construção, ARTCASA e Moto Expo
Prémio Literário Manuel Teixeira Gomes
Espectáculos das Comemorações do 25 de Abril
Espectáculo de Danças de Salão
Noites de Jazz
Festival Internacional de Cinema do Algarve
Encontro de Bandas Civis
Concertos da Orquestra do Algarve
Marchas Populares
Grandes espectáculos Musicais
World Press Photo 2008
A Bíblia em Festa
Feira do Livro
Peça Jesus Cristo Superstar
Festival de Teatro de Rua
Festival da Sardinha
Concerto com Júlio Iglésias
Espectáculo Tauromáquico Noche del Triunfo
Desfiles Look Fashion da Semana de Comércio em Festa
Festival do Berbigão
Exposição “Olhar Picasso – Picasso e a Arte Portuguesa do Séc. XX”
Corrida Fotográfica de Portimão
Comemorações do Dia Internacional da Música
Noites de Ópera de Portimão
Mostra de Teatro Local
Mostra Internacional de Cinema de Portimão
Feira de São Martinho
Encontro de Coros de Portimão
Concurso de Fado Amador Cidade de Portimão
Iluminação e Animação de Natal
Espectáculos da inauguração do TEMPO
Animação de Passagem de Ano
Exposições várias, lançamentos de livros, pequenos concertos, lançamento de CD's.
Poderemos questionar a relação custo/benefício de algumas destas iniciativas e, até, o sentido de oportunidade na sua agenda; podemos não gostar dos intérpretes ou dos realizadores; podemos (como eu) ter uma ideologia diferente, apresentá-la e lutar por ela. O que, em consciência, nunca poderemos fazer é questionar o caminho seguido, porque esse é o único que resta à cidade de Portimão para se manter como uma cidade em desenvolvimento, onde valha a pena viver...
VALE A PENA PENSAR NISTO
ResponderEliminar... é verdade que até há pouco não havia equipamentos culturais e desportivos no verdadeiro termo da palavra que os pudéssemos utilizar e dignificar a Cidade, em bom português, não havia nada, só que agora "temos" até muita coisa só que parece não têm actividades e dou como exemplo o auditório do Museu Municipal, e, o Pavilhão Arade, sim porque está a ser explorado pela Expoarade, queria saber o que é que já lá fizeram e se isso justifica o que pagam (o que nos pagamos); e, o TEMPO recém inaugurado ("á grande e á Francesa") mas que em Janeiro não realizou nada, com a agravante de já se ouvir dizer que o seu grande auditório está mal concebido e ir para obras em breve, depois da derrapagem no custo inicial (é assim que gastam o nosso dinheiro);
Mesmo não sendo economista ou arquitecto, sei fazer contas (e que cotas temos de fazer nos dias que correm) e sei que todo esse dinheiro que tem sido investido (o orçamentado e as derrapagens) dava para fazer o DOBRO do que está feito e mal, mas isso só acontece a nível particular porque estas obras publicas (que deviam ser mais fiscalizadas) são feitas por quem o não tem mas com a ilusão que tem (pelo menos o nome vem depois lá fixado), ora não lho custou a ganhar muito menos a gastar;
Actividades para estar sempre em actividade, até que não era difícil arranjar basta ver quantas Associações há só no nosso Concelho, e mais precisado temos todo um Pais de artistas (é mesmo, não estou a gozar), mas temos quem não pense assim e gaste rios de dinheiro" quando temos cá não digo "genéricos" porque até têm sido considerados melhores; e isto entristece-me quando vou aqui ao lado (Auditório de Lagoa)e vejo "todas as semanas" gente de Portimão, por isso eu continuo a dizer que é preciso olhar também para o lado e não só para o nosso umbigo.
Fazer festas para os turista (para Inglês ver) pode dar até um certo momento quando precisamos desses turista, mas o que tem acontecido é o contrario do desejado pois vejamos cada vês temos menos estrangeiros e os que vêm cada vez menos poder de compra (não basta descalços como tesos)...
Nuno tens aqui um pequeno desabafo deste teu amigo.
Para festas, foguetórios, petiscos, festivais de coltura, danças ... há sempre dinheiro
ResponderEliminarPena que não sejam tão pontuais a pagar os calotes e a fazer obras de verdadeiro interesse para a cidade.
As obras que fazem são medíocres Exemplo Mercado Municipal -mal concebido, mal acabado.
O Teatro foi um buraco de todo o tamanho. A Biblioteca já entrou em obras e o Museu está cada vez mais a ficar às moscas.
Por isso se socorrem dos foguetes, das danças, dos cantores...
Aproveitam-se de todos os m2 para autorizar a construção.
Jardins, espaços verdes, praças, estação rodoviária = zero.
Pobre cidade que tão maus autarcas tem tido.
Na minha opinião História temos muita, património visível, infelizmente já temos pouco e o pouco que existe boa parte encontra-se entregue à sua própria sorte.
ResponderEliminarExemplo disso mesmo temos o Convento de S. Francisco que está ao abandono por razões burocráticas ou por falta de entendimento(infelizmente custa-me a crer), é sabido que aquando da construção do Convento S.francisco foram encontrados alguns vestígios da presença romana nesse mesmo local, que mais tarde verificou-se ser verdade aquando da construção estrada da Rocha(nomeadamente existência de salgas, sepulturas, etc), fora da cidade também e algum dele pouco explorado (ruinas romanas da abicada, sepulturas no morgado arge, castelo do Belinho no morgado de reguengos (que felizmente foi recentemente feito vários estudos arqueológicos)).
Enfim isto tudo para dizer que património até existe o que parece não haver é força e vontade para se dar o devido valor como se dá com a tal " nova cultura" (por exemplo fogo de artificio, rally, espectáculos,etc.)
Mais uma prova de falta de interesse é que até hoje não se sabe ao certo onde se encontraria o "Portus Magnus", existem várias teorias é verdade mas mais uma vez por falta de vontade de investigar mais seriamente.
E já agora muitos parabéns pelo seu blogue
espero que continue.
Cumprimentos
Pois!
ResponderEliminarEstão verdes não prestam!
Se fossem dos teus a estar no poleiro, dizia maravilhas