Com o nome completo de Abû Bacr Muhammad Ibn Ammâr, era filho de al-Hussein, e de Xumaysa, tendo nascido no seio de uma família muito pobre de Xannabûs (São Brás), mais de um século antes da fundação do Reino de Portugal (1031).
Estudou na escola corânica da sua aldeia, onde memorizou o Alcorão, passando a residir em Silves a partir dos 10 anos de idade. Depois de estudar na mesquita de Silves mudou-se para Córdoba, onde cursou direito, gramática e língua árabe, iniciando a sua actividade de poeta, que o veio a imortalizar.
Como poeta entrou na corte do rei de Sevilha, al-Mu’tadid Ibn ‘Abbâd, que apreciou os seus dotes de poeta e não hesitou em recompensá-lo pelo justo valor, numa altura em que a corte árabe não olhava a custos para atrair a élite intelectual do Andaluz. Ibn Ammar, então com 23 anos de idade, passou, desde então, a fazer parte da elite da corte com larga remuneração. Aí conheceu o príncipe al-Mu’tamid com quem travou profunda amizade.
Quando al-Mu'tamid, com apenas 12 anos de idade, foi enviado pelo seu pai para governar Silves, Ibn Ammar acompanhou-o.
Mandado exilar pelo rei de Sevilha pela má influência que o poeta tinha sobre o seu filho, radicou-se em Saragoça.
Regressado com a subida de al-Mu'tamid à condição de rei, inicia uma vida política notável, mas recheada de intrigas e traições.
Foi assassinado em 1084, mas ainda hoje poemas de sua autoria, como o que segue traduzido para português, são entoados um pouco por todo o mundo árabe, lembrando um tempo em que o Algarve era terra fértil em poesia e cultura:Sou Ibn Ammar: a minha glória
Não há quem a possa ignorar
A não ser tolos, dos quais não reza a história,
E que nem astros conseguem enxergar.
Se o meu Tempo me despreza
Não é isso motivo para espanto
Notas em livros é o que mais se preza
E nas margens se escrevem, no entanto.
Sem comentários:
Enviar um comentário