terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O Mistério Colombo Revelado

Nos últimos anos vários investigadores e escritores têm feito divulgar textos ou livros sobre a figura de Cristóvão Colombo, nomeadamente no que se refere às suas origens e às condições em que realizou a sua viagem de descoberta da América.
Um deles é Manuel da Silva Rosa, investigador e autor do livro "O Mistério Colombo Revelado". A sua obra apresenta o resultado de 15 anos de investigação científica rigorosa, que parece demonstrar o facto de Cristóvão Colombo ser português e estar ao serviço de D. João II quando realizou a sua viagem em 1492.
Como já vimos, na mensagem relativa a Corte Real, os portugueses já sabiam da existência do continente Americano antes da descoberta oficial, havendo quem defenda que Colombo participou, em segredo, nessas viagens dos Corte Real.
Indiscutível é o facto de Colombo ter vivido em Portugal e no Porto Santo e ter casado com uma descendente da Nobreza. O facto de casar com uma nobre, segundo as regras sociais da época, evidencia uma origem nobre de Colombo, que não corresponde com a figura do Genovês apresentada nos livros de história.
Talvez por não ser historiador, Manuel Rosa não seguiu o método "copista" que muitas vezes caracteriza estes profissionais, indo directamente à fonte, procurando respostas não nos livros editados, mas nos documentos originais.
Ao longo de "O Mistério Colombo Revelado" Manuel Rosa apresenta inúmeros documentos originais e muitos outros que foram mal interpretados inicialmente, repetindo os historiadores esses erros interpretativos ao longo de séculos.
Embora nem sempre a leitura que eu faço dos documentos apresentados no livro seja a mesma que Manuel Rosa faz, o livro tem a enorme vantagem de divulgar o teor dos documentos originais, deixando a cada um o poder de interpretação que, normalmente, não é fornecido nos livros de história.

2 comentários:

  1. Acho que o Nuno deve ter passado por uns momentos de loucura, não?!!!! Todo o mundo sabe que Cristóvão Colombo era de Génova. Apoiar as fantasias de um amador como Manuel Rosa só lhe dá mais coragem para continuar a desprezar os nossos académicos.

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  2. Caro Anónimo
    Gostaria que as pessoas se identificassem quando fazem comentários, pois não o fazendo correm o risco de não o publicar, o que é desagradável.
    No entanto a sua questão é pertinente e resume-se a um não. Quer dizer, até posso ter passado por uns momentos de loucura, pois afinal "de são e de louco todos temos um pouco", mas não neste caso concreto.
    Vejamos:
    Em todo o mundo se ensina que Cristóvão Colombo era de Génova, o que é diferente de se dizer que era Genovês. Ainda assim, na minha mensagem, eu não digo que Colombo era Português ou Genovês, o que digo é que o livro em referência defende que Colombo era português baseando-se em documentos dos quais (também o refiro na minha mensagem) eu faço uma leitura diferente.
    No entanto, o que me leva a responder à sua mensagem não é este aspecto, mas o seu último comentário.
    Os académicos têm elevado valor pelo que aprendem, pelos métodos que utilizam e por aquilo a que se dedicam; no entanto, não é por um académico defender algo que torna essa defesa um facto inquestionável. Por muito académico que se seja, uma vida não é suficiente para analisar todos os documentos históricos para tirar conclusões e, sabe-se, a maioria dos historiadores trabalha tendo por base os trabalhos já editados, ou seja as verdades históricas.
    O problema começa quando uma verdade histórica está mal contada na primeira edição e se repete ao longo de gerações...
    O que fazer quando um amador encontra uma evidencia de que um académico interpretou mal um texto ou um documento? Deve ficar calado, apenas porque não é académico e permitir que se insista no erro, ou pelo contrário deve chamar a atenção para esse erro? E se iniciar uma investigação particular e divulgar o que lhe parece ser o resultado dessa investigação, virá mal ao mundo?
    Creio que não e, independentemente de não fazer a mesma interpretação que o Manuel Rosa faz a muitos dos documentos do livro, não posso deixar de dar conhecimento do seu trabalho, porque resulta de 15 anos de investigação e alguém que se dedica durante 15 anos a uma causa tem valor e merece ser apoiado. Cada um que leia e decida em consciência...
    Parece que o problema, que não é apenas apresentado por si, mas também por muitos outros historiadores em outros comentários que já li acerca do livro, reside no facto de Manuel Rosa não ser historiador. A minha pergunta é: e se fosse e tivesse editado este mesmo livro e com o mesmo conteúdo, as mentiras passariam a ser vistas pelos académicos como verdades?
    Cumprimentos
    Nuno Inácio

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