quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Ipses - A origem de Alvor

Descobertas arqueológicas, parecem confirmar que este povoado fortificado pré-romano se localizava no sítio de Vila Velha, em Alvor.
Ipses goza do privilégio de ser um dos dois únicos povoados do Algarve (juntamente com Kilibe/Cilpes) referidos na Geografia de Artemidoro de Éfeso, escrita cerca de 100 a.C.
A sua localização e os temas da sua cunhagem monetária (Hércules/Melqart e Vénus Marítima/Astarté) permitem defini-lo como um porto-santuário, escala pertencente à rota de navegação atlântica de Gadir/Gades.800 anos mais tarde, é ainda o único sítio do Algarve identificado como limite da diocese visigótica de Ossonoba, no documento conhecido como Divisio Wambae.
É notável o seu urbanismo de traça romana, constituído por um povoado hipodâmico, o oppidum indígena e um bairro portuário intermédio, onde se localizaria o templo primitivo, de dedicação marítima.
A ocupação romana inicial (finais séc. II a.C.) corresponderia a uma base militar naval.
Quase nada se sabe de Ipses Alto-Imperial. A forma urbana que chegou até nós poderá ter a sua origem na fase de apogeu urbanístico iniciada por Augusto. Numa zona de sismicidade tão intensa e tendo em conta os paralelos de Ossonoba e Balsa, é provável que se trate de um programa urbanístico posterior a Cláudio, quiçá bastante posterior.
A presença de uma numerosa ocupação romana rural na antiga orla estuarina interior e a posição portuária de Ipses, no termo da via de acesso à Serra de Monchique e ao seu balneário termal sacralizado, revelam uma situação de capitalidade local, reforçada pelo carácter eminentemente urbano do assentamento. A presença e sobrevivência tardia da luxuosa villa da Abicada, então no vértice de uma cunha estuarina a Norte de Alvor, sugere a residência de uma personalidade oficial importante associada ao estatuto de Ipses e não apenas uma mera villa de possessor.
A ausência de Ipses nas listas de Plínio e Ptolomeu pode significar apenas uma omissão ou então a confirmação do seu estatuto dependente, de vicus portuário sob provável administração directa provincial e, portanto, excluído das zonas de administração municipal.
(esta parte foi retirada de http://imprompto.blogspot.com/2005/11/ipses.html, o restante, do artigo da minha autoria e publicado na Wikipedia)
Já faziam a cunhagem de moedas durante o domínio romano, o que denota uma importância considerável para a época.
Pode-se citar como exemplos destas moedas:
Asse de Chumbo: mostrando no anverso uma cabeça masculina à direita e uma orla de pontos grossos e no reverso um golfinho à direita sobre as letras IPSES;
Asse de Cobre: mostrando no anverso a cabeça de Hércules à esquerda, com clava atrás e no reverso um Cupido sobre um golfinho à esquerda e as letras IPSES.
Ambas as moedas datam do Século I a.C..

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