Quem esteve presente na Assembleia Municipal na passada terça-feira assistiu, possivelmente, a um dos mais comoventes momentos de actividade política deste Órgão Municipal, quando o seu Presidente, Francisco Florêncio, leu a missiva de renúncia de mandato do Líder de Bancada do PSD, Filipe Manuel da Silva Abreu.
Ao fim de 35 anos de luta activa e ininterrupta ao serviço do PSD, da cidade de Portimão, da Região do Algarve e do nosso País, Filipe Abreu deu mais uma prova da honestidade, abnegação, coragem e sentido de dever, que tanto o caracterizam e por que tanto lutou.
Fragilizado pela doença que o afecta e sabendo que poderia pedir a suspensão do mandato até às próximas Eleições Autárquicas, Filipe Abreu considerou que estaria a trair a confiança dos que nele votaram, por sentir que, dificilmente, poderia regressar à Bancada neste mandato, optando por assumir publicamente a gravidade do seu estado de saúde e revelando mais uma vez a sua coragem, ao mesmo tempo que dá uma lição silenciosa a todos aqueles que, agarrados ao poder como lapas, se recusam a abandoná-lo em quaisquer condições.
Filipe Abreu, na passada terça-feira, mostrou-nos a fragilidade da vida, como antes, mostrou-nos até onde pode ir a coragem de lutar por valores como a liberdade, a democracia ou a luta por ideias e ideais.
Tive o enorme prazer de privar com Filipe Abreu ao longo dos últimos 20 anos, umas vezes de forma mais próxima, outras mais distante. Dos inúmeros exemplos que poderia dar da sua elevada capacidade humana e política, refiro este pessoal:
No Congresso do Coliseu, quando Cavaco Silva abandonou a liderança do PSD concorreram à liderança Fernando Nogueira e Durão Barroso. Fui a esse Congresso como Delegado e estava mandatado pela Comissão Politica para votar em Fernando Nogueira. Na altura achei que Durão Barroso era o melhor líder para o Partido e acabei por votar nele. Muitos disseram que não deveria assumi-lo publicamente, pois seria um suicídio político. Na primeira Assembleia de Militantes, fiz uma intervenção onde assumia o voto em Durão Barroso e a derrota da minha escolha. No final, Filipe Abreu pediu a palavra e disse: “Votaste contra as indicações que levavas da Comissão Política. Ainda bem que o fizeste pois votaste em consciência e de acordo com a tua consciência. Não há nada pior na vida do que votar contra a nossa própria consciência.”.
Quem analisar o percurso politico de Filipe Abreu, apesar de todas as críticas que lhe possam ser feitas, não pode questionar que ele agia com segurança, porque actuava de acordo com a sua consciência.
A Assembleia Municipal de Portimão ficou mais pobre desde terça-feira e isso foi admitido por todos os líderes de bancada com representação autárquica. Um dos maiores “animais políticos” do Algarve sai de cena, voluntariamente, mas magoado. É uma perda grada, pois não é uma daquelas estrelas cadentes que apenas brilha quando passa, mas uma estrela fixa, qual “Ursa Maior”, que brilhou intensamente ao longo dos últimos 35 anos.
Tive o privilégio de conhecer o seu trabalho como Deputado. Foi um trabalho essencialmente em prole do Algarve e da cidade de Portimão. Um dia, aqueles que se ocupam de contar a história da Região descobrirão, talvez com surpresa, que o Algarve e a cidade de Portimão lhe devem muito mais do que pensam, já que a sua humildade não lhe permitia pavonear-se com as propostas que eram por ele apresentadas e posteriormente concretizadas.
Afasta-se da política o verdadeiro Político. Não aquele que começa a surgir com cada vez mais frequência, que luta pelo seu próprio interesse e tem como único ideal o do “o que vou lucrar com isso?”, mas aquele antigo, que tem um ideal pelo qual luta e vê a causa pública como um objectivo que se sobrepõe ao seu interesse pessoal.
Filipe Abreu sempre foi e continua a ser um lutador nato. Recuso-me a ver a sua situação actual, como uma batalha final, vendo-a antes como mais um daqueles torneios difíceis em que todos temos que participar…
Enquanto Portimonense, mais do que como amigo (porque os amigos apoiam e comparticipam, não agradecem), agradeço a Filipe Abreu a forma digna como serviu a minha cidade ao longo dos últimos 35 anos, desejando que a cidade saiba honrar o seu exemplo.
Ao fim de 35 anos de luta activa e ininterrupta ao serviço do PSD, da cidade de Portimão, da Região do Algarve e do nosso País, Filipe Abreu deu mais uma prova da honestidade, abnegação, coragem e sentido de dever, que tanto o caracterizam e por que tanto lutou.
Fragilizado pela doença que o afecta e sabendo que poderia pedir a suspensão do mandato até às próximas Eleições Autárquicas, Filipe Abreu considerou que estaria a trair a confiança dos que nele votaram, por sentir que, dificilmente, poderia regressar à Bancada neste mandato, optando por assumir publicamente a gravidade do seu estado de saúde e revelando mais uma vez a sua coragem, ao mesmo tempo que dá uma lição silenciosa a todos aqueles que, agarrados ao poder como lapas, se recusam a abandoná-lo em quaisquer condições.
Filipe Abreu, na passada terça-feira, mostrou-nos a fragilidade da vida, como antes, mostrou-nos até onde pode ir a coragem de lutar por valores como a liberdade, a democracia ou a luta por ideias e ideais.
Tive o enorme prazer de privar com Filipe Abreu ao longo dos últimos 20 anos, umas vezes de forma mais próxima, outras mais distante. Dos inúmeros exemplos que poderia dar da sua elevada capacidade humana e política, refiro este pessoal:
No Congresso do Coliseu, quando Cavaco Silva abandonou a liderança do PSD concorreram à liderança Fernando Nogueira e Durão Barroso. Fui a esse Congresso como Delegado e estava mandatado pela Comissão Politica para votar em Fernando Nogueira. Na altura achei que Durão Barroso era o melhor líder para o Partido e acabei por votar nele. Muitos disseram que não deveria assumi-lo publicamente, pois seria um suicídio político. Na primeira Assembleia de Militantes, fiz uma intervenção onde assumia o voto em Durão Barroso e a derrota da minha escolha. No final, Filipe Abreu pediu a palavra e disse: “Votaste contra as indicações que levavas da Comissão Política. Ainda bem que o fizeste pois votaste em consciência e de acordo com a tua consciência. Não há nada pior na vida do que votar contra a nossa própria consciência.”.
Quem analisar o percurso politico de Filipe Abreu, apesar de todas as críticas que lhe possam ser feitas, não pode questionar que ele agia com segurança, porque actuava de acordo com a sua consciência.
A Assembleia Municipal de Portimão ficou mais pobre desde terça-feira e isso foi admitido por todos os líderes de bancada com representação autárquica. Um dos maiores “animais políticos” do Algarve sai de cena, voluntariamente, mas magoado. É uma perda grada, pois não é uma daquelas estrelas cadentes que apenas brilha quando passa, mas uma estrela fixa, qual “Ursa Maior”, que brilhou intensamente ao longo dos últimos 35 anos.
Tive o privilégio de conhecer o seu trabalho como Deputado. Foi um trabalho essencialmente em prole do Algarve e da cidade de Portimão. Um dia, aqueles que se ocupam de contar a história da Região descobrirão, talvez com surpresa, que o Algarve e a cidade de Portimão lhe devem muito mais do que pensam, já que a sua humildade não lhe permitia pavonear-se com as propostas que eram por ele apresentadas e posteriormente concretizadas.
Afasta-se da política o verdadeiro Político. Não aquele que começa a surgir com cada vez mais frequência, que luta pelo seu próprio interesse e tem como único ideal o do “o que vou lucrar com isso?”, mas aquele antigo, que tem um ideal pelo qual luta e vê a causa pública como um objectivo que se sobrepõe ao seu interesse pessoal.
Filipe Abreu sempre foi e continua a ser um lutador nato. Recuso-me a ver a sua situação actual, como uma batalha final, vendo-a antes como mais um daqueles torneios difíceis em que todos temos que participar…
Enquanto Portimonense, mais do que como amigo (porque os amigos apoiam e comparticipam, não agradecem), agradeço a Filipe Abreu a forma digna como serviu a minha cidade ao longo dos últimos 35 anos, desejando que a cidade saiba honrar o seu exemplo.
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